VW afasta 900 funcionários de fábrica em São Bernardo do Campo
Trabalhadores serão afastados em um dos maiores programas de ajuste de produção divulgados
por MATEUS VINÍCIUS
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A Volkswagen vai afastar cerca de 900 trabalhadores de sua fábrica em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, além de outros na filial em São José dos Pinhais, em um dos maiores programas de ajuste de produção divulgados até agora no país.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o programa de "lay off" começa em 5 de maio e terá duração de até cinco meses. A fábrica de São Bernardo do Campo emprega por volta de 12 mil trabalhadores, segundo a entidade.
A montadora alemã afirmou em comunicado que "a exemplo de outras montadoras no país, está fazendo uso de ferramentas de flexibilização, previstas nos contratos estabelecidos entre a empresa e os Sindicatos de Trabalhadores, para adequar-se à demanda atual do mercado".
O programa de afastamento acontece diante de queda nas vendas de veículos novos no país e no recuo acentuado das exportações. O quadro tem feito a indústria negociar com o governo federal formas de ampliar para mais de cinco meses o prazo máximo legal para o recurso da suspensão temporária de contrato de trabalho. "O sindicato está negociando o lay off com a montadora. Isso ocorre para ajustar a produção à queda nas vendas e nas exportações", afirmou a entidade.
Durante o afastamento, cerca de R$ 1.300 do salário de cada funcionário envolvido será pago com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o restante será mantido pela Volkswagen, informou o sindicato. A entidade afirmou que a Volkswagen tem desde 2012 um acordo de estabilidade dos funcionários da unidade no ABC, válido até 2017.
Recentemente a montadora deixou de produzir os modelos Gol G4 e o utilitário Kombi, em meio ao endurecimento na legislação que obrigou a produção de veículos equipados com air bags e freios ABS. Esses modelos eram fabricados pela unidade no ABC.
A produção de veículos no Brasil caiu 8% no primeiro trimestre, pressionada por recuo nas vendas no mercado de 2% e queda de 15% nas exportações.
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